Não posso jogar tudo pro alto
entrar num conversível
e dirigir em direção à lugar nunhum.
Simplesmente não posso!
Não posso controlar meu mundo
Nem meu tudo
Nem nada
Não posso fazer o que eu quero.
Nem sempre o que eu quero é querível
Muitas vezes não é nem fazível
Quase sempre é impossível
Não posso viver como eu gostaria.
Onde eu gostaria
Com quem eu gostaria
Quando eu gostaria
Não sou dona de mim mesma.
Nem das minhas possibilidades
Nem das minhas oportunidades
Não me digam o contrário!
Não me venham com lições baratas!
Não se enganem!
Tenho consciência da minha condição e da minha existência.
Sei quem eu sou e quem eu não sou
Não posso ser plena
Nem incompleta
Jamais suportaria!
Existo no equilíbrio entre o que é e o que não é.
Entre o que pode e o que não pode
Entre o que quero e o que não quero
Entre a afirmação e a negação
Às vezes olho para o meu negativo.
Meu território tão pouco explorado
Apaixono-me por ele
Encanto-me com ele
Reconheço-me nele
Mas não é nesse lugar que vivo.
Ele só me mostra o não
É preciso voltar para o positivo
E se contentar
E aceitar
Porque nem todas as possibilidades são realmente possíveis
Nem tudo é querível
Nem tudo é fazível
A maior parte do todo
A maior parte da vida
Só existe em sua forma negativa
Como numa fotografia
Que por mais que revele um retrato da verdade
Jamais a retrata por completo
Jamais a revela em sua plenitude
Em sua completude
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Fotografia
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3 comentários:
Não sei se onde você tirou que você não consegue escrever poesia!
Lara, você falou e disse.
"Nem tudo é fazível" - uma pena!
Parabéns pelo post poético!
Queridonas sempre explorando minha vida, assim como a Martha Medeiros, sem me pagar direitos autorais hahaha
minha vida, não pode fazer o q eu quero, porque nem tudo é querer e nem tudo é o que eu quero!
Nenhum homem vive numa ilha...
talvez viva, mas ele não quer porra nenhuma, com certeza!
Gostei. =D
"Nem tudo é fazível"
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