domingo, 4 de julho de 2010

coisa de novela

tô nem aí se é brega!

segue mais uma crônica!

Hoje encontrei com uma amiga minha e contei tudo pra ela. Tudo mesmo. É possível sentir saudades das coisas que você ainda não viveu? Pois é, hoje a noite, senti. E muita. Conversamos até eu me gripar. O frio e meu cabelo molhado do banho que tinha acabado de tomar não combinaram muito bem. A batata frita no meu prato já estava fria, mas não importava, eu continuava contando tudo pra ela. Tudo mesmo. Ela me ouviu, ouviu, ouviu. E entendeu. As poucas batatas fritas que restavam no meu prato continuavam esfriando.


Depois de escutar o drama todo, foi a vez dela falar. Mil e um conselhos. Muitos risos da minha parte - como que ela me sugeria uma coisa dessas? Nem com muita tequila isso seria possível! Ou seria? Não, acho que não. Mais risos. Estava muito frio e meu cabelo ainda estava bem molhado. Dei o primeiro espirro de vários. Finalmente consegui terminar de comer as batatas fritas frias. O que a minha amiga falava, fazia muito sentido, lógico que fazia, ela já tinha passado por tudo isso. Falar é muito fácil, não é mesmo? Continuamos conversando por mais uma hora e pouco. Estava muito frio.

Ao pagar a conta fomos pro meu carro para ela buscar o seu presente. Ela estava me abandonando. Estava indo pra Itália com seu namorado para morar indefinidamente pela Europa e eu iria ficar. Por que eu sempre fico? Queria ter essa coragem. Queria ter esse tipo de namoro. Queria mesmo era ir pra Europa! Conversamos mais um pouco, mas minha crise de espirros a assustou. Nos despedimos. Queria tanto ter um rumo - é pedir demais?

Liguei o carro, mas não estava pronta para ir pra casa. Sexta feira a noite e ninguém na rua. Todos de luto pelo Brasil. Me encontrei na sua quadra, no seu bloco, na sua portaria. A luz do seu apartamento estava acesa, decidi arriscar. Interfonei e você atendeu. Não estava nervosa, estava decidida. Com o seu violão em mãos, entrei no seu apartamento. Você sorrindo pra mim daquele jeito, e ainda tem gente que diz que a vida não tem poesia. Você claramente não entendeu o que eu estava fazendo lá e foi aí que eu perguntei:

"Por que você me procura?"

"Te procuro?"

"É. Por que você me liga, conversa comigo, me chama pra sair se no final das contas não quer nada sério comigo? Por que você me procura?"

Por essa você não esperava, hein. Te peguei e você estava sem saída. Tinha que responder. Você estava na minha frente e não podia mudar o status para ausente, e nem sair sem se despedir e nem me bloquear. Tinha que responder.

"Por que você acha que eu te procuro?"

"Não vale responder com pergunta. Eu perguntei primeiro."

Mais um momento de silêncio.

"Te procuro por que você está sempre por perto."

Não gostei da resposta. Não era o suficiente. Entreguei o violão de volta, e inventei uma desculpa para ir embora. Foi aí que ao você me abraçar para se despedir de mim, finalmente te dei aquele beijo que eu tanto esperava. Foi com tanto gosto, com tanta vontade, que quando eu lembro desse momento parece que ele nem aconteceu. Ele foi épico e decepcionante. Você o retribuiu com mais vontade do que eu esperava. Sorri internamente. Eu tinha vencido, agora eu era o herói, como diria Chico Buarque.

Eu interrompi o beijo e fechei a porta sem olhar pra trás. Não queria estragar o momento. Nem se eu tivesse planejado teria sido tão perfeito. E ao descer as escadas do segundo andar até o térreo sentia que você me olhava da sua janela. Você não sabe explicar até hoje, mas você, por alguma razão, desceu também as escadas e me seguiu. Ao abrir meu carro, você estava do meu lado e com a respiração um pouco ofegante falou:

"Eu te procuro por que gosto demais de você."

E você me beijou.

Steph - precisa nem falar, né?

2 comentários:

Druidan disse...

AMO muito tudo isso!!!

Adoro seus textos XD!

Lara disse...

Para tudo!!!
Isso é baseado em fatos reais???
Como q nao recebi um telefonema imediatamente???
Preciso de maiores explicações!
Que orgulho de vc tomando a iniciativa! Já tava na hora...hihihi

beijooooooo