domingo, 29 de janeiro de 2012

Minha nada sustentável vida

Domingo à noite + Fantástico = X.
A resposta dessa equação todo mundo sabe há décadas.
X = depressão mortal, arrepios na nuca e tristeza profunda pré-segunda-feira maldita.
E hoje não é um domingo diferente. Cá estou no meu fim de dia tão ordinário, curtindo minha fossa Fantástica e comendo um chocolate (Não sou de ferro, portanto não me julgue!), quando de repente vai ao ar uma matéria sobre o fim das sacolas plásticas nos supermercados. Super 2012, né? Depois de milhares de anos estragando o mundo, os humanos chegaram a conclusão que uma das medidas mais urgentes que precisam ser tomadas é uma diminuição drástica no uso das sacolas plásticas de supermercados. É ou não é brilhante? Até porque tapar furo de pneu com chiclete sempre dá suuuuuper certo...

Bom, críticas à parte, eu particularmente sempre detestei essas sacolas. Não porque elas são feitas de plástico (Não me odeiem, mas eu AMO derivados de petróleo! Acho tão prático!), mas porque eu sempre parecia uma retardada no supermercado tentando abrir as desgraçadas e porque eu passo um tempão botando trezentas em cada braço pra dar uma viagem só na hora de carregar as compras e tem sempre uma cretina que não aguenta o tranco e se arrebenta toda. E é lógico que, quando isso acontece, é bem com a portadora de ovos ou de vidros de palmito que é pro desastre ser bem mais drástico. Morram, sacolas mal feitas de meia tigela! Agora a gente que não quer mais vocês! Muahahaha

O assunto é sério e, sinceramente, acho que dá para gente levar um estilo de vida mais sustentável, sabia? Dá para comprar um estoque bem lindo de ecobags fashion pra ir ao mercado e comprar sacos feito de plástico reciclável para descartar lixo. Não, Fantástico, não vou fazer origami de jornal para fazer pseudo-sacos de lixo, ok? Não tenho estrutura psicológica para fazer dobraduras de papel e tudo na vida tem limite. Também não vou usar coletor menstrual (a ideia me dá mega arrepios de nojo) e nem vou fazer xixi no banho pra economizar uma mísera descarga. Não vou deixar de comer carne de vaca só porque as coitadas soltam puns tóxicos e nem vou abandonar meus amados produtos descartáveis.

O que eu prometo, no entanto, é compensar o meio ambiente pela minha total indisplicência com dobraduras e pelo meu amor por plástico. Pode ser? Continuo usando só papel reciclável e tomando banhos curtos, mas abro mão da minha nada sustentável vida. Começarei pela coleta seletiva de amigos. Os invejosos e os falsos vão para o lixo orgânico. Os afastados e os distantes serão reciclados. Os que estão sempre por perto serão reutilizados até o ponto da exaustão. As coisas de que não preciso mais serão devidamente eliminadas. Farei um aterro de arrogância, orgulho, preguiça e tentarei me desapegar dos maus hábitos de vez. Serei mais saudável! Correrei mais, muito mais, e dessa vez rumo a objetivos mais concretos, tangíveis, sem desvios, nem atalhos.

Só que nem só das minhas atitudes vive o mundo. É preciso deixar um legado para o futuro, algo que não envergonhe nossa geração, que mostre que algo decente passou por aqui. Então, também plantarei muitas sementes. Mas de valores, de princípios, de conhecimento, que é para gerar muitos frutos. Ah, e de paciência também porque nunca é demais. Mas mais que tudo, prometo parar de assistir Fantástico. A segunda-feira já é péssima por si só. Não preciso da vinheta mais maldita da história da TV para me lembrar disso, né?

Lara - encontrando inspiração até no lixo

sábado, 28 de janeiro de 2012

A cara de bunda

A espécie humana é muito heterogênea. Tem gente de toda cor, de todo estilo de todo formato. Tem gente com cara de queijo, com cara de meia lua, de berinjela, de cavalo. Mas tem um tipo de cara que eventualmente todo mundo tem: a de bunda. Não importa se você é mais lindo que o português da novela ou tão feio que parece que apagaram um fogo da sua cara com tamanco, pelo menos um diazinho da sua vida, nem que seja por um mísero minuto, você fez uma bela cara de bunda.

Na boa, eu acho que esse tipo de cara não é problema nenhum. Aliás, é um direito seu! Seu chefe é um saco e não te dá valor, seu salário é menor que o mês, o povo mais lento da cidade resolve sair de casa na hora que você está atrasado, você engorda num piscar de olhos e nem com reza braba e muito suor consegue emagrecer, seu "amigo" te sacaneia, o pneu do seu carro fura bem quando você estava indo para festa mais épica do ano, uma criança imunda passa a mão suja de tinta azul naquele seu vestido nude que custou mais caro que um rim no mercado negro, tudo dando errado e você tem que ver o lado bom das coisas? Tentar a gente até que tenta, né? Mas... Tem hora que não dá! E é aí que a cara de bunda aparece.


Até aí, nada demais, afinal todo mundo pode fechar a cara uma vez ou outra. O problema é o ciclo da cara de bunda. Com certeza você conhece alguém que fica emburrado pelo menos 90% do tempo e que deixa isso bem claro pra deus e o mundo (aí é abuso de cara de bunda porque ninguém merece ter que aguentar isso) e é bem essa pessoa tão "agradável" que implica com a sua cara de bunda. Já percebeu? Você tendo um dia de cão, eventualmente fraqueja, torce o nariz por breves minutos e aí vem bem esse cretino dando uma de investigador da KGB querendo saber o porquê da sua cara de bunda. Vai dizer que não é assim?

- Que que você tem hoje?
- Nada não. Dia ruim.
- Mas o que foi?
- Ah, bobagem. Já passa.
- Foi sua mãe? Seu namorado? Seu chefe?
- Não.
- Ah, já sei. Foi aquela sua amiga folgada, né?
- Não. Juro que não foi nada. É cansaço mesmo.
- Mas porque você está com essa cara então?
- Não tou com cara nenhuma.
- Tá sim! Me conta o que foi...
- Não, porra, me larga!
- Credo, que grosseria!

Eu, apesar da minha fama de pavio curto, nunca consigo terminar meus diálogos desse jeito, mas vontade, sinceramente, não me falta. E sabe por quê? Porque as pessoas não olham pro próprio umbigo! Só elas tem direito de ficar com cara de bunda e não querer falar sobre o assunto? Por acaso os emburrados de plantão patentearam a cara de bunda e esqueceram de avisar? Faça-me o favor!

Então, sociedade, aqui vai meu apelo: pessoas pentelhas, me deixem em paz! Quando vocês tão putos da vida, eu não encho o saco de vocês, então vocês podem parar de encher o meu! E parem de ler entrelinhas onde não tem nem linha pra ler porque o mundo é grande e não gira em torno de vocês, ok? Na maioria das vezes, um dia ruim é só um dia ruim mesmo. E pelo menos a minha cara de bunda é temporária... A sua é?

Lara - de pavio cada dia mais curto pra algumas coisas

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Bicicleta sem rodinhas

Não me esqueço do dia em que ganhei minha primeira bicicleta de verdade. Uma Caloi Ceci ("Não se esqueça a minha Caloi!", lembra?) rosa, toda incrementada. Sério mesmo, era a bicicleta mais legal que uma menina podia querer! E meu pai ainda mandou colocar uma buzina daquelas bem barulhentas (lembra?) só para eu poder tirar onda enquanto pedalava. Pensa numa criança metida! Era eu. Mas na vida de uma criança nada vem de graça e o trato era que, em troca da bicicleta, eu largaria minhas chupetas. Eu, muito espertamente, no auge dos meus 3, 4 anos de muita experiência de vida, consegui usar do meu charme para dobrar o meu pai e ficar linda pedalando de chupeta.O que mais eu podia querer, né não?

Eu e a minha bicicleta éramos amigas inseparáveis. Enfrentamos rampas perigosíssimas juntas, calçadas quebradas, buracos, pisos molhados de água com sabão, grama, lama, areia, meninos maiores que tentaram perseguir a gente. Sempre juntas! Nas adversidades, nas aventuras, nos passeios.

Sempre achei minha Caloi Ceci rosa com buzina barulhenta a melhor bicicleta do mundo. Além de ser linda, ela cumpria com excelência sua função de me levar onde eu aguentava ir com a força das minhas pedaladas. Mas... um belo dia, eu me toquei que estava ficando para trás. Um monte de crianças da quadra já estava arriscando altas manobras radicais sobre apenas duas rodas e eu ainda me mantinha fiel a minha bicicleta com rodinhas. Mais cedo ou mais tarde minha digníssima Caloi Ceci teria que ter suas rodinhas amputadas e não havia nada que eu podia fazer. Era mesmo uma questão de tempo.

Eu, que já nasci mãe da preguiça, adiei esse momento  o máximo que eu pude. Eu morria de medo de cair, me espatifar feiamente no chão, me ralar toda. Eu podia até imaginar a cena: eu caindo da bicicleta, lenta e dolorosamente, e os cretinos da quadra rindo da minha cara. Para que passar por uma situação dessas, né? Relutei até não dar mais. Cheguei até a evitar andar de bicicleta para que ninguém ficasse de butuca atrás de mim para saber se eu estava no time dos "com" ou no dos "sem rodinhas."

Mas aí não teve mais jeito. Era abandonar as rodinhas ou enfrentar o exílio social no parquinho. Como a vaca vai para o matadouro, eu fui enfrentar meu destino. Fui até a casa da minha vó, que era a pessoa que me ensinava as coisas difíceis (como contar até os números grandes e amarrar cadarço), e pedi para ela me ajudar. Minha avó nunca andou numa bicicleta na vida, mas ela topou o desafio, até porque vó é pra isso mesmo. Pegamos a bicicletinha azul do meu primo (tão feia perto da minha Caloi rosa...) e a empurramos até o estacionamento da rua dela. Lá minha vó começou a lição:

-- Sobe na bicicleta e pedala, Lara.

Fim da lição. Ela sentou no meio-fio e ficou me olhando, esperando que eu magicamente aprendesse a andar de bicicleta. Não se ofereceu para me segurar, nem para andar do meu lado. Nada. Ainda bem que quando se tem 4 anos, a gente não pensa muito nas coisas, né? Hoje me lembro da cena e fico indignada com a pobreza da aula de bicicleta da minha vó, mas na época foi o suficiente. Depois de tanto sofrer por antecipação, subi na bicicleta e pedalei. Pronto! Aprendi a andar de bicicleta sem rodinha assim. Sem muita ciência, sem explicação, mas com um tanto bom de coragem.

Depois do estresse das rodinhas, vieram vários outros. Mudei para uma escola enorme, mudei do apartamento para uma casa, fiz vestibular, aprendi a dirigir, procurei emprego, pedi demissão, fiz intercâmbio, viajei sozinha, abandonei minha profissão. E vira e mexe me vejo enfrentando aquele momento em que não tem mais como evitar que as rodinhas sejam amputadas da Calois Cecis da minha vida. O único jeito nessas horas é lembrar da aula da minha vó:

-- Sobe na bicicleta e pedala, Lara.

Pedalar. Pedalar. Pedalar. Esse é o segredo! Enquanto eu pedalar, eu não perco o equilíbrio. Não caio de cara no chão. Não riem da minha cara. O difícil é ter coragem de dar a primeira pedalada, mas depois dela as outras vão ficando cada vez mais fáceis. E aí, meu caro, é só curtir a paisagem e buzinar freneticamente do alto da minha linda Caloi Ceci rosa.

Lara - dessa vez pedalando rumo aos concursos

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Sobre casquinhas de machucado

Para tudo na vida tem solução. Se eu tivesse ganhado um real para cada vez que ouvi alguém usar esse clichê barato como consolo, Eike Batista estaria enfrentando uma competidora à altura nesse momento. Infelizmente, conselho ruim não vem acompanhado de bufunfa, Eike continua ganhando de mim feiamente e eu continuo rindo da falta de criatividade da ilustre frase que abre o texto.

Para algumas coisas na vida não tem solução. Remendo pode até ter, mas solução, ah, isso às vezes não tem. Liquid paper só camufla o erro, não apaga e nem desfaz. A rasura faz o mesmo trabalho, mas com menos capricho. Linha e agulha remendam o buraco, mas o tecido nunca mais será o mesmo. Super bonder faz milagres, mas não cola os cacos com perfeição. Sempre dá para saber que por ali passaram dedos colados...

O mesmo acontece com a gente. A palavra dita não volta, a mágoa que machuca não vai embora pra sempre. Por mais que peçam desculpa, que admitam o erro, que sintam muito, a marca fica. É quem nem quando a gente era criança. Machucava o joelho, sentia uma dor horrorosa, enfrentava o merthiolate bravamente, deixava a ferida criar casquinha (de preferência uma bem feia para impressionar os colegas), não aguentava a ansiedade e arrancava a casquinha para se dar conta que ali de baixo já tinha uma pele nova, mas que carregaria para sempre a cicatriz daquela aventura. Era ou não era assim?

A gente cresce, as aventuras mudam, as quedas não são mais literais, mas isso não quer dizer que nos machuquemos menos. Aliás, muito pelo contrário! As feridas não literais são da pior espécie! Doem muito mais, demoram muito mais para sarar e deixam as cicatrizes mais feias, daquelas de deixar qualquer menino do parquinho de queixo no chão. E aí te pergunto, tem solução pra isso?

Se você é desses seres humanos superiores, incríveis e invejáveis capazes de perdoar e esquecer, aí pode até ser que as soluções existam. Porém, se você faz parte da maioria da espécie que precisa se esforçar muito para esquecer (e que na maioria das vezes não consegue fazer isso), então você sabe que para algumas coisas não há silver tape que dê conta do recado, né não?

Até aí tudo bem. Não tem como evitar que esses tombos aconteçam. Às vezes a gente gosta da pessoa errada, confia na mais cretina, escuta a mais inadequada, às vezes repetimos erros, ignoramos os melhores conselhos, enfiamos o pé na jaca com vontade de afundar. Às vezes a culpa é nossa, outras vezes não. Mas e aí? Como que a gente faz?

Meu conselho: cultive a casquinha do seu machucado. Deixe que engrosse e quando ela começar a se soltar, tome coragem e arranque-a (até porque não tem quem aguente esperar cair sozinha, né?), Por mais doloroso que isso seja, ninguém merece ficar andando com uma casca horrorosa presa a si. Mas lembre-se: tome cuidado com a pele recém-nascida. Ela é frágil e nasce com memória. Por mais que você se engane, ela sabe como veio parar ali.

No começo você vai achar sua nova cicatriz feia (Encaremos a realidade e fora do parquinho, cicatrizes não são legais.), nunca vai chegar a gostar dela, mas com o tempo você vai conseguir olhar para ela como um lembrete de como você é humano, de como você erra, como se magoa, mas de principalmente como você sobrevive. Gente, pode acreditar no que eu estou falando. Pode parece que não, mas você sobrevive. Por maior que a ferida seja, a casquinha sempre cicatriza e você sobrevive. E o melhor de tudo é que o tempo passa e nós crescemos, mas as cicatrizes não. Lembra quando a gente era criança e machucava o cotovelo e ficava uma cicatriz gigante? Olhe pro seu cotovelo agora e me responda: sua cicatriz continua do mesmo tamanho ou ela é menor agora?

Por isso proponho que abracemos o fato de que feridas são inevitáveis e continuemos a viver. Para a vida, não tem solução. Tem que viver e pronto! Então, agarremo-nos a esperança de que as casquinhas aparecem rápido. Como dizia minha mãe quando eu era criança, "dorme que quando você acordar, já vai estar doendo menos." Aprendamos com as cicatrizes que arrumamos nos percurso e tentemos nos machucar menos daqui para frente porque pro resto a gente arruma solução.

Lara - arrancando a casquinha mais feia dos últimos tempos

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Adeus ano velho, feliz...mesma coisa?

Todo ano é a mesma coisa. Chega dia 30 de dezembro, meu aniversário (péssimo, eu sei!), e com ele um misto de alívio e friozinho na barriga. Alívio de do ano estar acabando e frio na barriga de não saber o que vem pela frente. Vem também os preparativos para a noite de ano novo: lentilhas recheadas de prosperidade, uvas mágicas e suas sementes poderosas, sete ondas milagrosas, a escolha da roupa ideal que será capaz de redesenhar o rumo da sua vida, calcinhas coloridas que trazem dinheiro, amor, paixão, amor, dinheiro, dinheiro, dinheiro (quem usa calcinha colorida que não seja pra isso???). As superstições são infinitas, assim como a vontade que até o mais pessimista tem de que ao estourar dos fogos tudo vai mudar.

Pode ser clichê o tanto que for, mas que atire a primeira pedra quem nunca fez alguma coisa dessas no Reveillón! (Confesso que usei calcinha amarela e vestido dourado pra atrair dinheiro e não comi nenhum bicho que cisca para trás. Não me julgue!) A verdade é que mesmo que nada mude, mesmo que seja um mero passar do tempo, à meia-noite, como diria a Robin de How I met your mother, "everybody gets a fresh start." Não importa o quão desligado de superstições você seja, pelo menos durante os primeiros minutos de 2012, você se sentiu capaz de querer qualquer coisa, capaz de começar uma dieta, de correr uma maratona, de pular de asa delta, de virar astronauta ou aprender a surfar. Se você vai realmente cumprir as benditas resoluções, não vem ao caso. O que importa é que por mais que nada mude, tudo muda. Tudo!

Quando o tempo passa do dia 31 pro 1o, não é igual quando passa no resto dos dias. É muito diferente! Admita! E é assim porque não passa como tempo perdido, mas chega como uma chance a mais de fazer algo novo. Por mais piegas ou auto-ajuda que possa parecer (e sinceramente auto-ajuda e Lara são coisas que não se combinam!), a verdade é que quando um ano novo chega, por mais que você continue na sua rotina, fazendo as mesmas coisas de sempre, você se sente poderoso, um pouco dono do seu destino, um pouco criança de novo - quando você acreditava que tudo era possível. Nem que seja apenas durante a queima de fogos mais perto de você... Obviamente que a intensidade desse sentimento varia de pessoa para pessoa. Tem gente que vai se achar Leonardo DiCaprio em Titanic, outros vão ser mais modestos, outros manterão os pés no chão mas a cabeça mais perto das nuvens, alguns vão dormir às 2 da manhã já certos de que nem se darão ao trabalho de pensarem em resoluções que jamais se cumprirão.

Esse ano escolhi (isso mesmo: escolhi, porque acredito que é uma mera questão de escolha) que viverei uma vida como Timão e Pumba. Uma vida sem mais preocupações do que as necessárias, com menos stress (já ganhei uma gastrite em 2011, não preciso de mais nada do tipo), dando valor para as pessoas certas, não me importando nem um pouco com as incertas, tentando ver o lado bom das coisas (porque ver o ruim não me levou a lugar nenhum) e sempre tendo em mente que se esse estilo de vida foi capaz de criar um rei, não tem como dar errado pra mim, né não? Hakuna Matata, meus caros! Que me chame de clichê quem quiser, mas que também olhe para o próprio umbigo e me diga: essa não é a vida que você quer para você, não?

Tracem metas,sim, porque elas serão nossos nortes ao longo do ano. Mas nada de querer escalar o Everest se ainda não dá nem pra gente subir escada sem perder o fôlego. E nada de contar com sua criatividade para inventar um novo site revolucionário que vai te deixar bilionário. Ao invés disso, invista em sonhos e ambições mais palpáveis (não que eu não acredite que alguém aí não possa ser o próximo Mark Zuckerberg...), tenha menos preguiça e mais determinação. Tente mais. Desista menos. Não tenha medo. Decida! Decida o que você quer e correr atrás até seus pés sangrarem. Não ligue para a opinião alheia. Não escute o que te motiva. Escolha bem quem vai estar ao seu lado durante sua trajetória e nunca se envergonhe de cair. Em 2011 não fiz muitas dessas coisas e aprendi - meio que na marra, confesso - que 2012 nasce com gosto de oportunidades.  Agarrar-me-ei a elas!

Tenho a mais absoluta convicção de que não vai ser fácil! Se 2011 foi ruim, 2012 pode ser ainda pior (já diriam os profetas...). É tudo uma questão de escolha. Portanto, a única resolução que farei esse ano é essa: usarei a régua do bom senso e medirei cautelosamente o tamanho das minhas pernas. Não darei nenhum passo maior que elas. E acordarei todo dia escolhendo ser mais feliz. Tentarei, tentarei, tentarei! Darei o meu melhor! Pelo menos assim, se eu nadar e morrer na praia, pelo menos morro magra e linda de tanto nadar, né?

Queridões, Hakuna Matata! Comece pelo começo e se reinvente ao longo do caminho se for preciso. E digo mais: se as Queridonas foram capazes de revitalizar o blog, você é capaz do que quiser, viu? Juro!

terça-feira, 31 de maio de 2011

Devia ser proibido (1)

Devia ser proibido pedir para a pessoa que está chorando parar de chorar ou perguntar por que ela está chorando. Sério, ou ela chora, ou ela conversa – custa dar um abraço e depois conversar?

Devia ser proibido dividir guarda-chuva. Um guarda-chuva já não é tão eficaz assim para uma pessoa. Você divide e pronto, duas pessoas molhadas! E não adianta falar que é egoísmo, porque você esqueceu o seu e não quer que o outro tenha um mínimo de dignidade na chuva?

Devia ser proibido pedir calma para uma pessoa aparentemente irritada. Afinal, se ela está irritada, ela já sabe disso. E mesmo que ela não esteja de fato irritada, ela vai acabar ficando por achar que você acha que ela está quando ela não está.

Devia ser proibido marcar provas para segunda-feira. O dia já é traumatizante o bastante. Você marca a bendita prova e pronto, acaba com o final de semana – direito de todo mundo!

Devia ser proibido ficar doente nas folgas ou nas férias.
(Nem precisa explicar, né?!)

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Toque

Como a pena encontra a superfície depois da queda livre
Sua pele encontrou a minha
Seus dedos se entrelaçaram aos meus
Vorazes, mas carinhosos
Desejo e respeito no mesmo toque


Não esperava por aquele encontro
Me rendi
Deixei que seus dedos desenhassem o contorno do meu corpo e
Que vez ou outra sua mão encontrasse a minha
Era companheiras
Queriam a mesma coisa: o corpo do outro

Percorri o seu corpo com a mesma delicadeza
Retribui
Senti seu coração acelarar, seus pulmões se inflarem e se esvaziarem com mais frequência
Era seu corpo conversando com o meu

Deixei que suas narinas roubasse meu cheiro
Que seus dedos percorressem meus cabelos
Que seus lábios tocassem meu pescoço
Que seu nariz se encostasse no meu

Olhei dentro dos seus olhos e você, dos meus
Vi seu coração aberto para mim
Alguns segundos de inconsequência
Dois perdidos se achando
Dois toques se fundindo

Mas todo toque destoca
Dedos se desenlaçam
Lábios de desprendem
Corpos se desgrudam

Deixei que você se fosse, que desencostasse, que se afastasse de mim
Que os limites das nossas silhuetas se desencontrassem
Que levasse contigo um pouco de mim
Uma memória que seja do momento em que eu fui só sua e você só meu
Da sua coragem de se permitir me tocar
Dos segundos em que você me fez completamente feliz