domingo, 16 de maio de 2010

E tome tapa na cara...

Aqui estava eu, em um domingo a noite deprimente pós-concurso (nem comento essa minha vida de pseudoconcurseira), cumprindo meu dever semanal de ler Post Secret, quando de repente levo um tapa na cara.


Calma, gente! Não foi um tapa na cara literal. Foi um daqueles que a realidade te dá de mão bem cheia e que dói mais que tudo, sabe? Eis o segredo que me derrubou:

 

Pare e pense um pouco sobre essa frase: "Estou começando a perceber que os momentos dos quais mais sinto falta nunca foram reais." Está chocado? É bem assim mesmo, não é? As coisas que mais nos marcaram são tão queridas porque nós as vemos assim sob a nossa perspectiva.

Um namoro que acabou de maneira trágica pode deixar saudade porque pensamos mais nos momentos felizes ou porque fantasiamos a outra pessoa e o impacto que ela teve em nós. Não? Se olharmos mais de perto, veremos que foi um tempo de dor, sofrido. Aquele namoro bonitinho do qual lembramos com nostalgia não é o retrato mais preciso da realidade. 

Com os tempos de escola, é a mesma coisa. Hoje penso no Ensino Médio e sinto saudade dos meus amigos, das nossas risadas juntas, das tardes livres, das festas. Porém, quando analiso melhor, percebo que isso tudo é criação minha. Não é nada assim. Sim, houveram risadas e tardes livres, mas os amigos foram se perdendo ao longo do tempo. Não eram tão amigos assim. Meus grandes companheiros daqueles anos marcantes não são reais.

E isso é uma cadeia sem fim. Quanto mais penso nas coisas que me deixaram saudade, mas vejo que a maioria delas não é bem como eu imagino que tenham sido. Complexo isso, né? Mas é verdade! Acho que isso acontece porque precisamos nos apegar a essas "fantasias" para conseguirmos seguir em frente. Se as memórias da minha infância não fossem tão doces, muito provavelmente eu teria enlouquecido na adolecência, né? Se eu não pensasse nos meus "amigos" com carinho, me sentiria sozinha e frustrada o tempo todo. Se não me agarrasse as poucas lembranças felizes que tenho do meu avô, talvez não gostasse tanto dele.

Vai ver então que o que acontece é que guardamos as memórias mais amenas, mais gostosas, mais divertidas e escondemos o lado mais negro da coisa. Assim, a vida fica mais suportável. Pode até ser que fique menos realista, mas será que isso faz as coisas serem menos reais?

Lara - filosofando e viajando sem parar

1 comentários:

Unknown disse...

Tenso!
Eu sou a rainha dos apegos imaginários! Mas sabe, isso também pode ser um tanto perigoso porque às vezes isso nos impede de move on! Pq achar outra pessoa pra curtir, se o gatinho nos proporciona uns friozinhos na barriga e momentos felizes ocasionalmente? (e obvio, com um sorriso dele esquecemos as horas de raiva que ele já nos proporcionou)
É foda, mas é necessário o desapego imaginário e não-real que todos nós fazemos diariamente para não entrar na depressão!