terça-feira, 7 de setembro de 2010

recortes pt. 4

Antes de começar a “aula”, a mãe do engenheiro disse para o músico que eu lembrava muito a amiga imaginária de seu filho - os dois me olharam com uma cara estranha e tirei o chapéu xadrez da cabeça e o coloquei em cima da mesa. Não entendi o que ela queria dizer com isso, então sorri mais uma vez

Já quase no final da nossa aula, vi a porta da frente abrir e entrar um rapaz de aproximadamente a mesma idade que o músico e assim que esse estranho me viu ficou surpreso. Fiquei olhando para ele um bom tempo porque me parecia muito familiar, mas não consigui me lembrar de onde o conheçia e muito menos interpretar aquela expressão de surpresa em sua cara. O engenheiro então se aproximiu de nós e o músico nos apresentou na maior inocência. Achei estranho todo aquele olhar sobre mim, mas descartei o caso, estava muito feliz para pensar em qualquer outra coisa.


Às onze da noite meu pai me ligou e perguntou onde estava e se planejava voltar para casa alguma hora. Entendi isso como uma maneira indireta dele dizer que já estava na hora de voltar, infelizmente. Como morávamos bem perto um do outro, o músico caminhou comigo até meu bloco, pois seu carro estava na oficina.  Quando chegamos na minha portaria surgiu aquele silêncio inevitável. Pensei rapidamente em algo interessante para falar, mas é ele quem fala. “Sabe, você realmente parece com a descrição que meu amigo fez de uma garota que ele conheceu em uma festa.” Não sabendo o que responder, falo: “É mesmo?”.

Ele pausa e responde: “Sim, mas ele deve ter inventado essa historia toda de menina da festa porque ele nunca dá seu telefone para ninguém e muito menos bebe refrigerante em festa open-bar!” Se eu pudesse ver meu rosto nesse exato momento, tenho certeza que me veria empalidecer. Então era da festa que eu conhecia seu amigo. Tudo fazia mais sentido agora! Era por isso que o engenheiro, ao me ver sentada na sua sala de estar tivera aquele olhar de espanto. E eu nunca liguei para ele, pensei!

Meu elevador tinha chegado e acho que ouvi o músico se despedir de mim e falar que me veria na quarta, mas não prestei muita atenção. Aliviada de estar sozinha, decidi não pensar demais no caso e ver o que aconteceria na quarta. Afinal de contas, não iria me acrescentar em nada me preocupar com isso antecipadamente.

4 comentários:

Éverton Gio disse...

Vcs tem muuuuuuuuita imaginação... a estória está mega bacana... hehehehe

Lara disse...

Tou esperando a hora q esses recortes vão virar colagem.
Tá mto papel picado!
Quero ver logo a cara da obra-prima final!

Shimabuko disse...

Muito boa a estória! Vocês todas escrevem muito bem... Fiquei até com uma pontinha de inveja agora hahaha

Lara disse...

As if you were not talented, huh,Guilherme.