quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Nadar.

Sempre fui apaixonada por água e durante muito tempo sonhei em ter uma piscina em casa. Daí, aos 8 anos, quando a minha mãe resolveu me colocar na aula de natação (diferente do que aconteceu quando ela tentou me colocar na de ginástica olímpica), eu não hesitei.

Adorava a piscina da academia, os saltos de ponta, a virada olímpica, os óculos de natação, os mergulhos, os espaguetes coloridos e as apostas pra ver quem tinha mais fôlego. Adorava estar debaixo d'água.

Nadei por muitos anos, mudei de piscinas várias vezes e finalmente comecei a treinar de segunda a sexta para competições. Mas a grande questão era: eu não gostava de competir! E ninguém entendia como era possível que nas aulas os meus tempos fossem tão bons e na hora do ‘vamos ver’ um verdadeiro fiasco.

Mesmo assim, eu ganhei 3 medalhas – e também certa aversão a piscinas. Treinando tão frequentemente, aquele cheiro de cloro começou a me enjoar, a preocupação com o meu cabelo foi aumentando e o prazer em estar na água desapareceu com a pressão para diminuir os tempos e apresentar melhores resultados.

Um belo dia, eu perdi a paciência e decidi nunca mais voltar ao SESC. E pra falar a verdade, me senti aliviada. Eu não queria ser nadadora mesmo, então pra quê tudo aquilo? Decidi também que eu talvez não gostasse tanto assim de nadar e passei a me contentar em basicamente olhar a água – fosse um lago, rio, cachoeira, mar ou mesmo uma fonte. Isso já me fazia - e ainda faz - muito bem.

Mas nesse feriado, eu senti uma vontade enorme de nadar, que nem sei bem de onde veio. E eu nadei. E posso dizer que foi a melhor coisa que eu fiz em muito tempo. Mergulhar e dar aquelas braçadas me fez lembrar de coisas que eu vivi e de prazeres que antes eu não abria mão - e que tinham se perdido em algum lugar dentro de mim...

Engraçado como a gente consegue se perder desse jeito e se esquecer de coisas que costumavam fazer a gente se sentir tão bem. Muitas vezes é porque a gente acha outras coisas mais interessantes ou simplesmente porque mudamos mesmo... mas parece que tem partes da gente que ficam escondidas, esperando o momento de serem encontradas e fazerem sentido novamente. 

Rosana - procurando o caminho de volta. 

2 comentários:

Druidan disse...

Tem partes da gente q não mudam, e uma parte da criança q adora nadar, mas odeia competir, apesar de não ser hoje a personalidade dominante na sua vida, ainda tá ai dentro, esperando a primeira queda na piscina pra retomar o controle ;)

Lara disse...

Nada, Rô, nada incansavelvente que uma hora vc alcança a borda. E aí, não dá a virada olímpica. Para. Sai da piscina e se olha no espelho. Sua aparência vai ser a mesma, mas vc não. Aí vc vai ter chegado em casa.
Beijo