Borra de café

A gente inventa cada coisa nessa vida, né? E a maioria (senão todas) é motivada pela curiosidade - a vontade de se antecipar, de entender tudo e de experimentar novas sensações.

Eis, portanto, a minha inquietante vontade de ir a uma cartomante/vidente/coisa do gênero. Inicialmente, bastava uma ida. Eu iria saciar minha curiosidade, ver o que ela tinha a dizer e pronto. Acho que quase todo mundo já teve uma curiosidade assim na vida - vai que dá certo?

Mas não. Ontem me pego indo pela segunda vez na tal da Linda - estrangeira que lê a sorte na borra de café. Pra quê mesmo? Pra pagar mais R$30, tomar um café horrível e ter 5 min. de conversa? (A casa dos meus amigos é mais interessante - e ainda sairia mais barato!). Mas, sim, pra pagar R$30 e ver a mulher falar um monte de coisas que eu já imagino e dizer que daqui dois meses algo muito bom vai acontecer na minha área profissional. (Será?)

Ok. Agora eu questiono a minha sanidade de 'acreditar' nessas coisas.

Primeiro eu penso: poxa, a mulher deve ganhar muita grana - lá vive lotado! Isso não aconteceria se ela não fosse boa de verdade. Ela tem clientes fixos e já a vi dispensar muita gente dizendo que não conseguia ver nada. Logo, tem algo para ser visto e ela não quer SÓ dinheiro.

Depois eu penso: e o livre-arbítrio? E a nossa capacidade de mudar as coisas na nossa vida? E o efeito-borboleta?

Nessa confusão de pensamentos, eu chego a conclusão de que 'tudo isso importa'. E eu acredito em todas ao mesmo tempo. (É possível isso?) Acredito que em um dado momento, as coisas apontam para tal caminho (e que certas pessoas conseguem perceber isso), mas que nada impede você de voltar e mudar o rumo. Por via das dúvidas, nesse meio termo de crenças, eu já garanti logo o meu cartão fidelidade da Borra de café. (We never know...)

Enfim, vou ver o que acontece nos próximos 2 meses!

Rosana - tentando me achar até numa borra de café.