domingo, 27 de junho de 2010

verdade

em uma aulinha de violão
você conquistou meu coração
ainda bem que você nem percebeu
por que em nada você me acrescenta, Romeu!

Steph 

sábado, 26 de junho de 2010

ontem a noite

chegando em casa de madrugada
maquiagem borrada, descabelada
o rosto dolorido de tanta gargalhada
uma bela noitada!
friozinho na barriga
coração traidor de uma figa!

Steph - vivendo a vida

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O que eu quero falar é que...

Nossa! Tive uma semana bem cheia. Muito trabalho, um pepino aqui, um ali. Uma discussãozinha no trânsito aqui, outra li. Mas nada de especial aconteceu. Só percebi que sentia saudade de me sentir produtiva e que estava com mais saudade ainda do meu trabalho. Ai, como é bom estar de volta!

Mas o que eu queria mesmo dizer é que trabalhar é bom, dar aula é bom, matar a saudade dos alunos é bom, namorar é bom, assistir jogos da Copa é bom, ver a Itália indo embora na primeira fase é bom. Todas essas coisinhas são ótimas, mas bom mesmo é ter amigas de verdade.

Hoje meu post é dedicado às minhas queridonas, minhas grandes amigas da alma. Vocês me deram força quando eu precisei, puxaram minha orelha, brigaram comigo, me fizeram rir, me fizeram engordar um pouco e me ajudaram na dieta. Vocês são os caras, sabia? Não importa a distância que nos separe, nem as idas e vindas da vida. O elo que nos liga é mais profundo do que tudo isso porque é feito de uma cumplicidade sem fim. Sou muito feliz de ter vocês três na minha vida, viu? 

E aí vai minha grande homenagem a vocês, friends da minha life:

 Beijos mais que especiais para minhas queridonas!
Lara - grata pelos sutiãs que tem 

novo mantra

hoje sou só sorrisos
e não sei bem por quê
hoje sou só sorrisos
e não tem nada a ver com você!

Steph

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Sorriso

Aquele sorriso seu, é meu.
das piadas que eu conto e você não entende.
das milhares de coisas que ainda me surpreende.
das conversas até a madrugada que temos no seu sofá.
das caronas que você sempre me dá.
das horas em que fiquei ouvindo você tocar.
das vezes em que me perdi em seu olhar.
Aquele sorriso seu, era meu.
Aquele sorriso meu, desapareceu.

Steph - seguindo a Rosana

Resistência

A tarde foi se embora.
E eu fiquei.
Ou melhor, fui com ela.
Fui. E continuo indo.
[Ela continua me levando
- como as noites e as manhãs]
Pra onde? Eu não sei.
Só sei que eu não ofereço resistência alguma.
Não há ainda um porquê.

Rosana - seguindo o fluxo.

terça-feira, 22 de junho de 2010

a crônica nominal

eu:
estacionamento. fila. aeroporto. ansiedade. espera. famílias. amigos. lembranças. desconhecidos. horários. atraso. banheiro. saudade. saudade. saudade.

você:
avião. fome. comida. bebida. turbulência. cinto de segurança. saudade. solidão. olhar. troca. loira. sorrisos. conversa. conversa. conversa.

eu:
espera. café. estranho. pergunta. informação. conversa. sorrisos. café. histórias. troca. diversão. risadas. esquecimento. esquecimento. esquecimento.

você:
animação. novidade. tempo. avião. aterriso. conversa. malas. atraso. demora. conversa. saída. despedida. procura. procura. procura.

eu:
pagamento. troca. número. celular. despedida. abraço. significado. corrida. procura. multidão. recém-chegados. encontro. abraços. abraços. abraços.

você:
alegria. momento. casa. banho. jantar. mala. roupas. presentes. cama. sono. sonho. loira. culpa. culpa. culpa.

eu:
felicidade. inquietude. estranhamento. lembrança. aeroporto. estranho. banho. jantar. presentes. cama. sono. sonho. culpa. culpa. culpa.

você:
término. lágrimas. briga. gritos. saída. hotel. ligação. loira. trânsito. beijos. felicidade. momento. tristeza. tristeza. tristeza.

eu:
término. lágrimas. briga. gritos. telefone. amigas. chocolate. sorvete. fofocas. filmes. lágrimas. lembranças. tristeza. tristeza. tristeza.

você:
continuação. empenho. trabalho. promoção. viagens. madrugadas. trabalho. amizades. novidades. crescimento. amadurecimento. reconhecimento. saudade. saudade. saudade.

eu:
continuação. academia. emprego. novidade. viagens. promoção. crescimento. sonho. realização. encontro. passado. reconhecimento. saudade. saudade. saudade.

você:
arrependimento. portaria. antigo. flores. chocolate. perfume. anel. casamento. promessa. mudanças. esperança. borboletas. ansiedade. ansiedade. ansiedade.

eu:
portaria. flores. chocolate. perfume. anel. olhar. tristeza. explicação. atraso. continuação. marido. novo. adeus. adeus. adeus.

espero que dê para entender!
Steph

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sobre vuvuzelas e jabulanis

Nada melhor do que Copa do Mundo. Nem mesmo as Olimpíadas conseguem ser tão especiais, tão singulares. Um único esporte fascina o mundo todo por um mísero mês a cada quatro anos. Congela o tempo. Vidra. Não há quem ignore esse evento tão mágico. Nem mesmo aqueles que preferem usar as mãos, como os norte-americanos, os australianos e os neozelandeses. Todos se rendem. Sem exceção.

Mas aqui no Brasil, é diferente. Tudo se potencializa. Tudo fica maior durante a Copa. E é justamente isso que nos faz ser os melhores do mundo. Copa aqui é demais! Começa com os que se ocupam de comprar inúmeras bandeiras pra enfeitar as janelas dos carros e das casas e com os críticos do patriotismo quadrianual. O sentimento nacionalista se fortalece com o comércio de camisetas, esmaltes, brincos, pulseiras, chapéus. Tudo ganha uma bandeira do Brasil e o verde e amarelo imperam. O país nteiro para para ver os jogos da seleção.

Até aí, nada demais. O mesmo deve acontecer em muitos lugares. O que nos distingue do resto do mundo é que aqui a paixão pelo futebol é muito peculiar. Mesmo quem não dá a mínima para o mundo futebolístico se antena na Copa. Além disso, o astral vira outro. Os engarrafamentos pré-jogo não nos incomodam tanto porque tudo é motivo de festa. Nos juntamos com quem a gente gosta para assistir aos jogos, para dar pitaco na escalação, para botar defeito em tudo, para xingar a arbitragem. Porque brasileiro é assim: todos se acham técnico da seleção. O time nunca está como a gente acha que deveria, né não?

Aqui por essas bandas, época de Copa também é época de secar a Argentina. De assistir aos jogos deles e torcer para que eles percam bem bonito. É época de sentir vontade de dar uma surra no Maradona por se achar melhor que o Pelé! Que absurdo! Que abuso, Dieguito! É época de rir da cara da Itália toda vez que eles perdem um gol. E torcer para que a Alemanha, a França e a Espanha também se lasquem. Mas também é época ter uma vontade (e um medo) enorme de que a final seja Brasil e Argentina. Porque aí sim ia ser lindo! Porque ganhar é bom, mas da Argentina....Nossa! É melhor ainda!

Ser brasileirro em época de Copa é tão divertido que a gente se ocupa de criar uma campanha fictícia na internet para calar o Galvão Bueno, gente. Quem mais no mundo se ocupa disso? Quem se ocupa de se instalar na porta da concentração da argentina só para irritar os hermanos? Brasileiro não tem limite! Se ocupa de reinventar sua torcida a cada jogo.

E olha só, eu sei que é ano de eleição, e que é hipócrita só ser patriota na hora da Copa, e que existem mais coisas acontecendo no mundo além disso e blá blá blá. Mas Copa é Copa. Copa é mágico! Porque traduz a beleza de ser brasileiro. E não, isso não é clichê barato, não. É na Copa que a gente mostra para o mundo todo como brasileiro é um povo unido (até no ódio aos hermanos), alegre, divertido. A gente mostra o que é acreditar até o fim, torcer apaixonada e fervorosamente, ter amor a uma camisa, garra, força de vontade. Não há quem não se orgulhe das nossas cinco estrelas!

Não nos crucifiquem por isso. Ninguém deixa de ser patriota depois que a Copa acaba, sabia? Nosso amor ao país, ao contrário do que muitos pensam, não está condicionado aos nossos grandes feitos futebolísticos. Nenhum brasileiro está se esquecendo das eleições ou das notícias do resto do mundo. Estamos apenas nos dando o direito de desfrutar plenamente da grandeza da Copa. Daqui a menos de um mês, o mundo voltará ao normal. Assitiremos ao horário político, falaremos das desgraças mundiais, surportaremos os argentinos (um pouco), deixaremos de odiar (tanto) o Dunga, detestaremos engarrafamentos, não faremos tantos churrascos com os amigos. Mas até lá... Até lá a gente vai curtir a Copa ao máximo até o último segundo, torcendo para que as ensurdecedoras vuvuzelas toquem a nosso favor e que as jabulanis enfeitem a rede dos nossos adversários. Nossa missão patriótica só termina quando o Lúcio levantar a taça pela sexta vez e o país todo parar para comemorar o hexa.

Lara -  torcendo incansavelmente pelo Brasil e contra a Argentina (porque Rei só teve um, Maradona, e nunca foi você :P)

sábado, 19 de junho de 2010

Quase

Depois de um longo período de abstinência do blog, eis que venho em pleno sábado vos escrever! Não que muita coisa tenha mudado na minha vida - embora muitas coisas tenham acontecido. Engraçado isso, né?!

Problemas familiares que quase se resolveram. Momentos de amor e ódio em relação a UnB que quase tiveram um fim. Concursos e oportunidades de emprego que quase mudaram o rumo da minha vida. Quase. De novo.

Agora, pensando sobre esses acontecimentos, eu me questiono sobre o real sentido do ‘quase’. Você QUAAAASE conseguiu o que você queria. Isso quer dizer que: você está bem perto de conseguir o que quer ou que simplesmente não é pra ser?

(Sim, eu tenho uma forte veia pessimista!). Mas me diga: quem liga pra quem ficou no quase? O que se ganha ficando com esse ‘quase’?
.
.
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Ok. Só se for experiência para eliminar de vez essa bendita palavra.

Rosana - sem mais quases, por favor!

a crônica da janela

Da janela do meu carro, eu vejo a janela do seu quarto. Passo horas a imaginar o que seria da minha vida se eu estivesse do outro lado da outra janela. No momento está tudo escuro, do meu lado, metaforicamente, do seu, literalmente. Sei que está em casa pela janela que deixou aberta.

Chegastes em casa cansado - mais um dia longo de resolver problemas para pessoas que não te pagam o suficiente pelas dores de cabeças diárias. Encontrastes o apartamento vazio, não é nenhuma novidade, sempre és o primeiro a chegar. Mais por ansiedade que por fome, abres a geladeira para comer algo e não encontra nada que o apeteça.

O frio da geladeira o lembra do calor que está sentindo. Vai para o quarto, abre a janela, tira a gravata que até hoje não consegues colocar da maneira correta. Lá se vai o blaser, a blusa, a calça. Vais ao banheiro e toma uma ducha para relaxar. O telefone toca e você não atende. Ela acha que você ainda está no trabalho. Sempre me surpreendo como ela se preocupa com você depois desse tempo todo. Não me incomoda mais como antigamente, afinal sei que as mães têm as melhores das intenções.

Já em roupas mais confortáveis, mas ainda sozinho em casa, cochilas no sofá novo que eu ainda não tive a chance de experimentar. Momentos depois, chegam seus amigos e a festa começa. Entro levemente em pânico - resquìcios de uma baixa auto-estima que ainda não foi totalmente elevada.

Mas aí a luz acende.

Da janela do meu carro eu vejo você, e da janela do seu quarto, você sorri pra mim.

- Feliz aniversário para aquele que nunca lê esse blog -

Steph - menos Goethe, mais Drummond

quarta-feira, 16 de junho de 2010

just for laughs!

a vida tá muito séria ultimamente, vamos descontrair um pouco?

segue umas imagens que não tem como não sorrir! para todas as queridonas (e queridões) que precisam de uma boa risada nessa quarta-feira a noite!






Curtiu?

Steph - in need of a good laugh

Surpresaaaaaaa

Não, não estou falando daquele chocolate da infância. Nem de de festa de aniversário surpresa. Nem da reação do leitor ao ver que finalmente tem um post novo no blog das Queridonas. Estou mesmo falando das coisas que você não espera que aconteçam, mas de repente... Surpresaaaa!

Muitas vezes nós Queridonas falamos dos cosmos e de como eles estavam conspirando contra nós. Só não jogamos pedra na cara desses cretinos porque a gente não sabe onde eles moram porque a vontade era enorme. Tudo estava dando errado! Mas o mundo dá voltas... E voltas bem inesperadas. E sabe do que mais? Adoro quando isso acontece! Adoro quando a vida muda completamente de um dia para outro. Está certo que às vezes detestamos essas mudanças, mas muito mais frequentemente essas coisas acontecem para melhorar, ?

Fico fascinada de ver como num dia parece que tudo está destinado a dar errado e no outro tudo dá misteriosamente certo. Como isso acontece? Uns dizem que é Deus, outro que é o acaso, outros chamam de destino ou de coincidência. Chamem do que quiser. A verdade é que não importa o nome que a gente dê a isso porque acontece e pronto.

Mas analisemos um caso concreto para vocês entenderem melhor do que eu estou falando e para esse post não ficar muito meloso. Cá estava eu vivendo a minha vida pacata de aspirante a várias coisas. Era a matéria disgramenta do mestrado, os estudos entediantes pra concurso e uma preguiça danada de fazer qualquer coisa. A única coisa realmente interessante que eu estava fazendo era escrever o melhor livro do mundo com a Steph. (Sim, Steph, escreverei um capítulo em breve.)

Porém, um belo dia, assim do nada, resolvi falar com o meu ex-chefe mas sempre grande amigo no gtalk. Botando o papo em dia, começamos a falar sobre a minha vontade de voltar a dar aulas. Confessei que estava sentindo falta de ser professora e até dos alunos terríveis eu estava com saudade. Aí ele chega e me fala que estava procurando alguém para trabalhar com ele na coordenação da escola. Nos encontramos, conversamos mais sobre o assunto, fiz uma prova quilométrica para concorrer ao emprego e consegui.

Mandei a prova para ele sem  grandes aspirações e imaginando que esperaria uns 15 dias por uma resposta. Mas ao invés disso, recebi uma ligação 2 dias depois dizendo que era para eu começar a trabalhar daí outros 2 dias. Pode isso? Como não pensar em como as coisas funcionam? Se não fosse aquela conversa no gtalk, se não fosse o momento certo, as palavras certas, as escolhas certas...

Há um tempo atrás, eu tinha saído da escola porque estava muito cansada, tinha perdido a vontade de dar aula e porque não estava feliz. Muitas vezes me perguntei se tinha feito a coisa certa ao sair de lá e hoje tenho certeza de que fiz sim. Eu precisava sair naquele momento até para ter certeza de que era aquilo o que eu queria. E para escola também foi bom. Muita coisa mudou depois que eu saí, sabe? Não posso ter a pretensão de pensar que foi por minha causa, mas o fato é que hoje estou voltando uma profissional melhor para um emprego melhor e estou muito feliz com isso.

Eu sempre senti um carinho  muito grande por essa escola e por todo mundo que trabalha lá. Adorava meus alunos também (pelo menos a maioria deles...hahahaha). E não tem nada melhor do que voltar e ver que isso não mudou. A equipe me acolheu de braços abertos e meus antigos alunos ficaram felizes de me ver de volta. Existe coisa melhor do que isso? Do que perceber que os frutos de um trabalho do qual me orgulho muito ainda estão lá? Respondo rápido: NÃO! Pra mim, não existe nada melhor do que ver que meu trabalho é valorizado da maneira que eu sempre quis, que meus grandes amigos ainda são os mesmos e que meus alunos ainda se lembram de mim. Sinal de que eu ainda posso fazer muito por eles, que fiz a diferença. É, galera... Ainda tenho meu dom!

Moral da história: quem diria que isso tudo ia acontecer tão rápido, hein? Quem diria que eu ia me surpreender tanto assim tão cedo? Vai me dizer que não é ótimo quando isso acontece? Eu adorei! E sabe aquela frase famosa do Chico Xavier: "Ninguém pode começar de novo mas, qualquer um pode fazer um novo fim."? É tipo isso aí que está acontecendo comigo. Essa semana comecei meu novo fim e com vontade de que ele dure muito muito muito tempo.

Lara- Reescrevendo minha tábula ras

PS: Queridonas desnaturadas, cadê os posts de vocês, hein? Steph, cadê seus babados? Rô, cadê suas reflexões? Ai ai ai

sábado, 12 de junho de 2010

os amantes (in)constantes

Por que você mora lá
e eu moro alí?
Assim não dá!
Fico muito sozinha por aqui

Por que eu disse sim
e você disse não?
Como vamos nos encontrar assim?
Por favor, não deixe que tudo tenha sido em vão

Por que você me olha desse jeito
e sorri daquele outro?
Parece até coisa de louco
o tanto que nós dois juntos seria algo perfeito

E assim que sua mão encontrar com a minha
em perfeita sintonia
faremos poesia

poeminha escrita em uma aula muito muito chata de alemão :)

Steph - ainda achando que é Goethe

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A sutileza da despedida

Sexta-feira acordei com a mente ocupada. Eu tinha uma grande tarefa para fazer e queria mergulhar nela de cabeça. Levantei da cama cedo, desci correndo para tomar café e me perdi no papo matinal com o meu pai. Vi que estava meio atrasada e resolvi encarar meu computador, mas não sem antes ligar para o Everton (como faço todo dia) e vi que ele havia me ligado duas vezes. Estranhei um pouco a urgência dele de falar comigo e me aprecei a retornar as ligações.

Uma conversa curta. Não mais que um minuto. Foi o suficiente para mudar meu dia. Dali para frente tudo seria diferente... porque ele tinha ligado para me avisar que o pai de uma pessoa muito querida havia falecido. Fiquei transtornada na hora. Sem chão. Ele era um cara muito novo e realmente a morte dele foi uma surpresa enorme. Ele sofreu um infarto e não resistiu. Nem mesmo os incansáveis esforços do genro dele, primo do Éverton e grande médico, foram suficientes. Era hora dele ir e ele foi.

Quando recebi a notícia senti meu coração encolher do mesmo jeito que ele encolheu mais de 6 anos atrás quando o hospital ligou para avisar da morte do meu avô. Senti uma coisa muito forte que na hora me pareceu dó, mas agora acho que era mesmo compaixão. Pensei nos filhos e na mulher dele e na dor que estavam sentindo. E o fato de que não poderia fazer nada para amenizar isso me fez me sentir pequena. Minúscula.

O mínimo que eu podia fazer, eu fiz. Fui ao velório, vi sua família lhe dizer adeus e chorei muito com eles. Me emocionei profundamente e me compadeci. Andei silenciosamente até a cova e bem na hora dele ser sepultado, entreguei um punhado de rosas brancas para filha dele e falei para ela jogá-las para ele. Eu a assisti beijar uma a uma cada uma das flores e jogá-las para o pai, sussurrando para ele suas palavras de adeus. Depois disso, acabou. Fomos todos para suas casas. Todas aquelas pessoas que choraram juntas seguiram seus caminhos. Em comum só tinham mesmo o sentimento de vazio.

Eu me lembro perfeitamente do dia em que meu avô morreu. A história é longa e não vale a pena contar agora. O que importa é que o que mais me marcou naquele dia foi a hora do sepultamento. O velório foi um horror e a ida até o tumúlo foi longuíssima, mas o pior mesmo foi ver o caixão descer. Porque ali era mesmo o fim. A gente ia para casa e meu avô ia ficar ali para sempre. Não ia mais existir onde ele sempre existiu.

Na sexta-feira, saber que minha amiga tão querida iria sentir exatamente isso me partiu o coração. Era isso que me fazia chorar: ver pessoas que gosto tanto se despedindo tão dolorosamente de alguém que eles tantam amam, que significa tanto para eles.

Acho que nunca comentei aqui que sou espírita, né? Mas isso é importante, porque vejo a morte de uma meneira diferente. Para mim, é apenas uma despedida, um até logo. É dolorida, sim, e causa sofrimento. Pra quem fica. Para quem vai, não. Para quem vai é o fim de uma jornada e o começo de outra. E o que me alivia é que minha crença me permite pensar que posso ter a chance de talvez me comunicar com quem se vai e que um dia nos reencontraremos. Ninguém que está lendo esse post precisa ver a morte assim também ou concordar com o espiritismo porque o que eu estou tentando dizer é que quando eu chorei no enterro não foi por ele, pelo morto. Ele não estava mais naquele corpo. Era só matéria mesmo. Matéria muito amada, obviamente, mas já sem alma. Chorei com a família e os amigos. Chorei a dor deles. Imaginei a saudade que sentirão, a falta que ele vai fazer. E aí chorei.
 
A morte é assim mesmo. A gente chora porque é ruim dizer adeus e porque ela sempre nos mostra a fragilidade e a beleza da vida. Nos lembra todos os dias que somos impotentes diante da vontade de Deus (de novo, não acreditem se não quiserem, mas que somos impotentes diantes da morte é indiscutível) e que, quando temos que partir dessa vida, simplesmente nos vamos. Simplesmente seguimos nossos novos caminhos. E quem fica também. Quem fica arruma um jeito de tocar a vida e de viver com a saudade. E de vez em quando pensam em quem se foi com carinho, pensam nas memórias, nas lembranças, nos ensinamentos que ficaram e sentem saudade. É normal isso, né?

Às vezes, penso no meu avô. Imagino o que ele me falaria se estivesse vivo hoje. Lembro de como ele era e tento imaginar como estaria hoje se a doença e a idade não tivessem castigado tanto sua aparência. Rio de mim mesma por me ocupar de pensar nisso e sei que tudo isso é saudade. Sinto muita saudade dele. Principalmente quando escuto minha mãe contar histórias antigas sobre eles. E sei que onde quer que ele esteja, ele se sente feliz por estar sendo lembrado, por ver que foi tão amado. E ele não se foi para sempre. Ele seguiu o caminho dele e um dia (que eu espero que esteja beeeeeeem longe) vou encontrá-lo.

Daqui para frente, esse exercício de memória, de imaginação, será uma constante na vida da minha amiga. Ela pensará no pai dela várias vezes, se lembrará de coisas que fizeram juntos e imaginará muitas coisas. Imaginará como o pai reagiria ao vê-la grávida, ao ver o irmão dela se casando, ao ver o nascimento do primeiro neto, ao ver o neto formando. E se sentirá triste por saber que o pai não verá nada disso. A ela eu digo: calma! Não fica triste porque ele vai ver tudo isso. Lá de onde ele está, ele vai ver essas coisas e vai ficar incrivelmente feliz por vocês, pela família dele. E se sentirá eternamente orgulhoso do bom trabalho que ele fez ao criar você e seu irmão. Porque a morte não é o fim. É só uma despedida.

Lara -  tocando a vida sempre

sábado, 5 de junho de 2010

juntando o inútil ao desagradável

Ansiedade: meu segundo eu!

Essa semana toda tive mil "crises" (não foram bem crises, nem episódios, digamos, surtos? enfim, algo do tipo) de ansiedade. Eu não dei conta nem de ler os textos do fichamento (ok, convenhamos que isso ninguém realmente dá conta, né?) e nem o mini-texto (e eu digo mini porque realmente quando você lê Goethe e Homero, uma peça de teatro de 50 páginas vira um mero texto e se reduz a uma "mini" leitura) que tenho que ler pra Fundamentos. Aliás, eu não tive vontade de fazer nada essa semana! Tomar banho? (só porque fui pra academia) Comer? (bom, fome vem de mão dada com a ansiedade) Respirar? (já estou acostumada!) Enfim, essa semana me vi sem vontade de fazer nada, nem as coisas que eu gosto de fazer, que me dão prazer! Depressão?

Geralmente quando estou assim eu ligo para uma amiga que sempre consegue me dar bons conselhos e depois de uma longa conversa com ela eu me sinto melhor. Não é que essa semana, lá fui eu ligar pra ela como de praxe e nada aconteceu? Aquela sensação de comforto foi pro espaço e ela ainda conseguiu me dar uma bronca para eu parar com essa minha ansiedade que ela já me falou mil vezes que só me atrapalha! Bom, falar é fácil demais, não? No fundo, eu sei que ficar vegetando pela casa sem fazer nada e ainda ficar com raiva por que na-da acontece na sua vida é realmente um absurdo e não vai te levar a lugar nenhum, muito menos praquele lugar que você que ir. Mas  realmente essa vez, eu não sei o que fazer. Umas pessoas até já repararam que eu andei muito séria essa semana e me perguntaram o por quê dessa tristeza e seriedade toda.

É possível que ninguém entenda o que você está passando e ainda ter a coragem de te acharem ridicula, cheia de drama e te julgarem? Logicamente. Não tenham dúvidas! Pois é, então esse meu abandono blogístico foi devido a minha junção do inútil ao desagradável - não fazer nada, ficar se sentindo podre pelos cantos, querer que algo mude ou que alguém mude algo em você por você, querer resultados imediatos, ter pouca paciência pra tudo e todos e ainda por cima ter a proeza de afastar aqueles que ainda te toleram.

Steph - lendo muito Goethe e se sentindo um Wether da vida

p.s. mudanças: cheguem logo!